segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mercado Municipal de São Paulo Projeto Interdisciplinar

INSTITUTO SUMARÉ DE ENSINO SUPERIOR – ISES


FACULDADE SUMARÉ



PROJETO INTERDISCIPLINAR


MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO










EMYLLY SAMILA MEDEIROS


RA 0711331


FRANCISCO LUIZ DA COSTA CARVALHO


RA 0711090


RONALDO LAGANARO


RA 0710996




SÃO PAULO


2009


FACULDADE SUMARÉ



EMYLLY SAMILA MEDEIROS


FRANCISCO LUIZ DA COSTA CARVALHO


RONALDO LAGANARO





PROJETO INTERDISCIPLINAR


MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO











Trabalho apresentado à Professora Maria Elena Roman de Oliveira, da disciplina Fundamentos da Interdisciplinaridade, para conclusão do 5º Semestre de Pedagogia.











São Paulo


2009


PROJETO INTERDISCIPLINAR


MERCADO MUNICIPAL DE SÃO PAULO



A) PÚBLICO-ALVO: crianças do 3º e 4º ano do Ensino Fundamental



B) DURAÇÃO DO PROJETO: 1 semestre.



C) OBJETIVOS:



APRESENTAR OS DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTAÇÃO.


PROMOVER A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.



D) JUSTIFICATIVA:



Todos os habitantes de uma cidade terão o direito de desfrutar, em condições de liberdade e igualdade, os meios e oportunidades de formação, entretenimento e desenvolvimento pessoal que ela lhes oferece. O direito a uma cidade educadora é proposto como uma extensão do direito fundamental de todos os indivíduos à educação. [...]


O governo municipal deverá dotar a cidade de espaços, equipamentos e serviços públicos adequados ao desenvolvimento pessoal, social, moral e cultural de todos os seu habitantes, prestando uma atenção especial à infância e à juventude. [...]


A cidade deverá garantir a qualidade de vida de todos os seus habitantes. Significa isto, um equilíbrio com o ambiente natural, o direito a um ambiente sadio, além do direito ao alojamento, ao trabalho, aos lazeres e aos transportes públicos, entre outros.


Deverá promover activamente a educação para a saúde e a participação de todos os seus habitantes nas boas práticas de desenvolvimento sustentável. [...]


(Carta das Cidades Educadoras, 2004)



Tendo os princípios da Carta das Cidades Educadoras em mente, nos propomos a explorar o ambiente do mercado municipal e feira livre com a diversidade dos alimentos e outros produtos, mas principalmente, conhecer as pessoas que trabalham nesses lugares e suas experiências de vida, sempre focados ao nosso objeto de estudo: alimentação e saúde, conforme os conteúdos sugeridos nos PCN’s. Também nos inspiramos nas aulas-passeio de Celestine Freinet - crianças agindo e interagindo com o professor.



E) CONTEÚDOS:



CONCEITUAIS:



  • Elementos da Natureza: Estações do Ano, Chuvas, Raios, Solo, etc;
  • Água, fontes e tratamento, potabilidade;
  • Preservação do Meio Ambiente;
  • Raízes, Legumes, Cereais, Verduras, Frutas, Sementes, Temperos (Especiarias);
  • Navegações portuguesas (As grandes descobertas);
  • Plantas: polinização, florescimento e frutificação;
  • Classificação dos Alimentos: Construtores, Reguladores, Vitaminas, Proteinas;
  • Quais são as preferências alimentares de cada um – hábito alimentar da família - o que saudável ou não?
  • Processos tradicionais de conservação de alimentos (Bacalhau, Carnes Salgadas);
  • Frações, Pesos e Medidas.


PROCEDIMENTAIS:



  • Práticas de higiene e saúde, cuidados com o corpo na rotina diária.
  • Conhecimento do sistema monetário: compras, troco, etc.
  • Fazer tabelas, gráficos, pesquisar na internet, etc.
  • Como preparar o solo para o plantio – fazer a horta.
  • Fazer o roteiro das entrevistas.


ATITUDINAIS:



  • Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e capacitação para o autocuidado.
  • Incentivo às nossas crianças a respeitar a natureza.
  • Postura numa roda de conversa, numa leitura compartilhada, esperar a sua vez para falar, levantar a mão para poder falar, andar em grupo.
  • Uso das palavras “Senhor”, “Senhora”, ao se dirigir as autoridades e as pessoas a quem vamos entrevistar. Onde cabe usar o termo “Você”.
  • Uso das palavras “Com licença”, “Por favor”, “Obrigado”.
  • Valorizar os espaços públicos de nossa cidade como cidade educadora: feiras, parques, jardins, mercados, zoológico, jardim botânico.



F) SEQÜÊNCIA DIDÁTICA:


Apresentar o vídeo Pindorama - (Terra à vista!) do conjunto Palavra Cantada


Composição: Sandra Peres e Paulo Tatit.


Começar a discussão sobre as grandes navegações e os descobrimentos e a importância das especiarias.


Apresentar a conservação dos alimentos naquela época: bacalhau, carne seca.


Estender um rolo de papel Kraft no chão da sala de aula e abrir aos alunos oportunidade de registrar o que entenderam do assunto com desenhos, textos escritos, etc.


Apresentação do projeto aos alunos e da visita ao mercado, elaboração junto com os alunos do roteiro de perguntas aos vendedores.



. Visita ao Mercado Municipal de São Paulo


Mostrar a arquitetura do prédio, os vitrais, etc.


Apresentar as frutas exóticas.


Entrevistas com os vendedores do mercado


Conhecer os cheiros e sabores das especiarias, temperos e quais são as utilidades de cada uma delas.


Lanche no final da visita com o famoso sanduíche de mortadela, momento de descontração e amizade.


Registro da visita



.No dia seguinte à visita, numa roda de conversa, perguntar aos alunos o que mais gostaram do Mercado Municipal, e do que não gostaram também.


Retomada do primeiro papel Kraft com o registro dessas impressões dos alunos.


. Apresentar o vídeo do Conjunto Palavra Cantada com a


Música: Fome come - Composição: Sandra Peres e Paulo Tatit


Aula sobre a classificação dos alimentos: construtores, reguladores,etc.


. Apresentar o video “Nutrição Infantil para o Povo Xavante” que foi realizado na aldeia Wederã na Terra Indígena de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso.


Trabalhar com os alunos as cartilhas “Saúde e Alimentação do Povo Xavante” e discutir as Diversidades, as Semelhanças, a Pluralidade.


Acrescentar ao rolo de papel Kraft as impressões dos alunos.


Numa roda de conversa, perguntar aos alunos o que mais os impressionou sobre o modo de vida dos índios xavantes e em que se identificaram com eles.



. Visita à Feira-Livre do bairro:


Ver e provar as frutas, explorar os cheiros e sabores.


Entrevistas com os feirantes – conhecendo seus bordões - a maneira como o feirante atrai a clientela com as suas frases de efeito.


Abordar os sistemas de medidas: peso, quantidade, dúzia.


Lanche no final da visita com o típico pastel da feira, momento de confraternização.


Registro da visita



.No dia seguinte à visita, numa roda de conversa, perguntar aos alunos o que mais gostaram da Feira-Livre, e do que não gostaram também.


Os educandos serão estimulados a falar sobre o que conhecem sobre esse assunto e anotarão suas impressões naquele rolo de papel kraft que iniciara nosso percurso de trabalho.


. Apresentar o vídeo do Conjunto Titãs com a


Música: Comida – Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto


. Visita ao Parque da Água Branca - exposição de gado e feira orgânica.


Registro da visita


Comentar sobre o efeito dos agrotóxicos nas plantas, nos rios, preservação do meio ambiente. Conhecer os métodos alternativos.



. Apresentar o filme: Bee-movie – A História de uma Abelha (Nascido para zoar) gênero: animação – origem: EUA – estúdio: Paramont Pictures – direção: Steve Hickner, Simon J. Smith – uma história divertida de uma abelha onde se mostra a importância da polinização das flores realizada pelos insetos – principalmente as abelhas.


Introduzir os conceitos de florescimento polinização e frutificação das plantas.


. Visita ao Viveiro Manéquinho no Ibirapuera


Conhecer os diversos tipos de mudas e formas de plantio.


Começar o plantio das sementes de especiarias e hortaliças em vasinhos junto com as crianças nas dependências da escola.


Formar a Horta Escolar.


. Apresentar o vídeo do Conjunto Palavra Cantada com a


Música: Sopa - Composição: Sandra Peres e Paulo Tatit


BIBLIOGRAFIA:


<http://www2.cm-evora.pt/aec/Downloads/Cartadascidadeseducadoras.pdf >

Acesso em 22/05/2009.


< http://www.nossatribo.org.br/index_2.asp?opc=nutricao_infantil_xavante# >

Acesso em 22/05/2009.

ANEXOS

Os objetivos do ensino fundamental indicados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais relacionados ao nosso tema:

• perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;


• conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;


• utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;


• saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;


• questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.



SAÚDE - PCN’s


Falar de saúde implica levar em conta, por exemplo, a qualidade do ar que se respira, o consumismo desenfreado e a miséria, a degradação social e a desnutrição, formas de inserção das diferentes parcelas da população no mundo do trabalho, estilos de vida pessoal. Atitudes favoráveis ou desfavoráveis à saúde são construídas desde a infância pela identificação com valores observados em modelos externos ou grupos de referência. A escola cumpre papel destacado na formação dos cidadãos para uma vida saudável, na medida em que o grau de escolaridade em si tem associação comprovada com o nível de saúde dos indivíduos e grupos populacionais. Mas a explicitação da educação para a Saúde como tema do currículo eleva a escola ao papel de formadora de protagonistas — e não pacientes — capazes de valorizar a saúde, discernir e participar de decisões relativas à saúde individual e coletiva. Portanto, a formação do aluno para o exercício da cidadania compreende a motivação e a capacitação para o autocuidado, assim como a compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social.



ESPECIARIAS



As especiarias são temperos (condimentos) usados na culinária para proporcionar sabores diferentes nas comidas. Algumas especiarias também eram, e ainda são, utilizadas na fabricação de cosméticos, óleos e medicamentos. As principais são: pimenta, gengibre, cravo, canela, noz moscada, açafrão, cardamomo e ervas aromáticas.


As especiarias são uma complexa variedade de produtos aromáticos que fazem realçar aspectos desconhecidos dos ingredientes - e apenas algumas, como o piri-piri, as pimentas e o gengibre, picam na língua. Uma especiaria parcimoniosamente adicionada a um prato suave pode torná-lo extremamente agradável. Também pode ser um tempero miraculoso no último momento para muitas coisas, tanto salgados como doces; por exemplo, noz-moscada ralada sobre os legumes, pudins de leite e pratos de queijo, ou sementes de alcaravia adicionadas a batatas doces e abóbora. O cardamomo é maravilhoso, não só com carne, criação e peixe - uma vagem ou duas esmagadas transformam uma caldeirada -, mas também para adicionar um perfume mágico aos pudins de leite e aos gelados. Nos pratos salgados de todos os tipos, a mistura de cardamomo com alho e gengibre fresco é uma das combinações mais apetitosas que existem. A canela é outra especiaria que faz realçar tanto os pratos salgados como os doces; é especialmente boa no frango, utilizando-se paus inteiros para dar gosto a um estufado. Tal como é melhor utilizar ervas frescas, também o sabor das especiarias é mais pronunciado quando as compramos inteiras e apenas as moemos quando necessitamos delas.


Algumas Especiarias






Açafrão Crocus Sativus


Estes estigmas secos de um croco especial são a especiaria mais cara do mundo, visto que são colhidos manualmente. O açafrão transmite uma forte cor amarela e tem um gosto único e penetrante - basta uma pitada para condimentar e colorir qualquer prato. A sua melhor utilização é com arroz e peixe - por exemplo, na paella espanhola, risottos italianos e pilaffs indianos. É bom com pratos de peixe que têm molhos cremosos, e as natas com sabor a açafrão são excelentes no puré de batata. Também é tradicionalmente usado em bolos e biscoitos.


Francês = safran, Inglês = saffron, Espanhol = azafrán, Italiano = zafferano






Anis estrelado Illicium anisatum


É uma bonita vagem em forma de estrela, utilizada nos pratos chineses clássicos e tem um sabor adocicado e anisado, mas algo picante. Utilizar em peixe estufado e purés- de legumes de raízes, e com couve, alho francês e abóbora.


Francês = anis étoilé ou badiane, Inglês = badian anise, Espanhol = anis estrellado, Italiano = anice stellato







Baunilha Vannila aromatica


Este maravilhoso condimento deriva das vagens de uma orquídea mexicana. A melhor baunilha cresce em Madagáscar, e são os cristais brancos da vanilina que se agarram à vagem que lhe dão o seu sabor e magnífico aroma. O sabor da essência de baunilha sintética não se compara ao que se obtém com a baunilha verdadeira, mas pode-se comprar essência de baunilha natural. A baunilha também pode ser usada para condimentar peixe estufado e molhos para peixe.


Francês = vanille, Inglês = vanilla, Espanhol = vainilla, Italiano = vaniglia







Canela Cinnamomum zeylanicum


Extraída da casca de uma planta perene natural do Ceilão, é vendida em paus ou moída, e conserva-se bem. A cássia é semelhante à canela, mas tem uma textura mais grosseira e um gosto menos delicado. Utilize os paus de canela para condimentar o frango, o borrego ou legumes estufados e a canela moída para pratos cozinhados e sobremesas. O sabor é especialmente bom com maçãs, pêras e chocolate.


Francês = canelle, Inglês = cinnamom ou true cinnamom, Espanhol = canela, Italiano = cannella







Cardamomo Elleteria cardamomum


Esta especiaria sabe vagamente a eucalipto, mas, é mais doce e mais rica.
O cardamomo provém de uma planta indiana e é muito usado em pratos indianos, tanto salgados como doces. E maravilhoso em pudins de leite.


Francês = cardamome, Inglês = cardamom seed, Espanhol = cardamomo, Italiano = cardamomo







Cravo-da-índia (cravinho) Caryophyllus aromaticus



Sendo uma especiaria bem conhecida, o cravinho é altamente aromático. Tradicionalmente associado com maçãs, é também usado com canela em vinhos condimentados e ponches, e nos picles. O uso do cravinho é muito vasto. Pode usar-se em carne de vaca ou rabo de boi estufado e no caril.


Francês = clou de girofle, Inglês = clove, Espanhol = clavo, Italiano = chiodo di garofano







Cominho Cumimum cyminum


As sementes de cominho têm um gosto pungente, medianamente picante e ligeiramente amargo. Podem ser usadas inteiras ou moídas, e são úteis para condimentar queijos, pão, molhos, pratos de caril e dobrada. É uma especiaria excelente, particularmente quando combinada com hortelã, para borrego assado ou estufado e também para pratos de carne picada.


Francês = cumin, Inglês = cumin, Espanhol = comino, Italiano = comino







Coentros Coriandrum sativum


As sementes secas desta erva aromática têm um gosto totalmente diferente do dos caules e folhas frescos. As sementes de coentro são boas em picles e para condimentar o caril e temperar carne de porco, legumes verdes folhosos e raízes, e qualquer estufado.


Francês = coriandre, Inglês = coriander, Espanhol = culantro, Italiano = coriandolo







Gengibre fresco Zingiber officinale


Moído, conservado em xarope e cristalizado, o gengibre é um ingrediente picante, apimentado, amplamente utilizado em pratos indianos e orientais e na cozinha inglesa. É uma revelação quando se experimenta pela primeira vez, pois tem um sabor fresco e um maravilhoso odor a limão, muito diferente do gengibre seco ou em conserva. Combina bem com o alho e é excelente com mariscos, peixe e pratos de frango.


Francês = gingembre, Inglês = ginger, Espanhol = jengipre, Italiano = zenzero







Mostarda Brassica sinapis


Existe em pó e sob formas preparadas. São populares as de preparação inglesa, francesa, alemã e americana. As sementes podem ser brancas, pretas ou castanhas - estas últimas contêm os óleos mais picantes e são geralmente usadas nos pratos indianos, mas podem dar gosto também a estufados de criação, caça ou carne de porco. A mostarda inteira em boiões (à antiga) é útil para misturar em molhos cremosos e condimentar bifes.


Francês = moutarde, Inglês = mustard, Espanhol = mostaza, Italiano = senape







Noz-moscada Myristica fragans


É uma especiaria versátil com um sabor pungente a noz. É tradicionalmente usada para polvilhar pudins de leite, como o pudim de arroz ou a coalhada, mas também é um condimento perfeito para puré de batata, pratos com abóbora, espinafres e massa, e é maravilhosa combinada com queijo e em todos os purés de legumes de raízes. Deve ralar-se a noz-moscada na altura de usar, pois os seus óleos essenciais e o seu sabor perdem-se rapidamente.


Francês = muscade, Inglês = nutmeg, Espanhol = nuez moscada, Italiano = noce moscata







Pimenta Piper nigrum


Este grupo de especiarias inclui os grãos de pimenta pretos, verdes e brancos. São as bagas do pimenteiro. Pode-se comprar pimenta moída, mas é muito melhor conservar os grãos secos num moinho de pimenta e moê-Ios quando necessário. Os grãos de pimenta verde inteiros em salmoura são óptimos em molhos para frango, carne de vaca e bifes.


Francês = poivre, Inglês = pipper, Espanhol = pimienta, Italiano = pepe







Tamarindo Tamarindus indica


Utilizado especialmente em pratos de caril, é uma substância castanha, ligeiramente pegajosa, que provém das vagens do tamarindo. Tem um gosto a fruta amarga, que adiciona um sabor mais complexo do que o do limão aos pratos de caril, a outros pratos condimentados e às sopas. Geralmente vendido em forma compacta ou seco, é um ingrediente vital em chutneys e em muitos pratos indianos e do Extremo Oriente.


Francês = tamarin, Inglês = tamarind, Espanhol = tamarindo, Italiano = tamarindi






Zimbro Juniperus communis


Conhecidas como o sabor do gin, estas pequenas bagas de um negro-arroxeado, com cheiro a pinheiro, também são úteis em marinadas, estufados e terrinas -em especial de carne de porco e peças de caça -, para condimentar carne de vaca e na choucroute.


Francês = genièvre, Inglês = juniper berries, Espanhol = enebro, Italiano = ginepro



Fonte:


http://www.suapesquisa.com/o_que_e/especiarias.htm



http://www.gastronomias.com/especiarias/




NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS




Caravela portuguesa da época das grandes navegações


Na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI) as especiarias eram muito valorizadas na Europa, pois não podiam ser cultivadas neste continente em função do clima. No final do século XV, a atividade que mais proporcionava lucros era o comércio de especiarias asiáticas. Seda, jóias e temperos (pimenta, noz-moscada, açafrão, gengibre, canela, etc) eram muito procurados pelos europeus. Estas especiarias vinham do Oriente, principalmente da Índia e da China. Quem comandava este lucrativo comércio eram os genoveses e venezianos. Para tanto, dominavam e usavam a rota do Mar Mediterrâneo. Desde a Idade Média, os portugueses praticavam navegação no litoral de seu território. A navegação era destinada, principalmente, a pesca do bacalhau. Esta atividade foi agregando aos portugueses conhecimentos náuticos, proporcionando a este país uma certa vantagem na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos. Nos séculos XIV e XV, os navegadores portugueses faziam viagens para a costa africana em busca de recursos minerais, vegetais e outras riquezas. Porém, foi nos séculos XV e XVI que os portugueses obtiveram grande sucesso nos empreendimentos marítimos.


Descobriram e conquistaram vários territórios na África, Ásia e América do Sul.
Os portugueses buscaram uma nova rota para comprar as especiarias diretamente dos asiáticos. Em 1498, comandando uma esquadra de caravelas, o navegador Vasco da Gama chegou as Índias, contornando o continente africano.
A partir deste momento, os comerciantes portugueses passaram a comercializar as especiarias na Europa, obtendo altos lucros.


Com este comércio, Portugal tornou-se uma das potências econômicas da época.
Em abril de
1500, a esquadra de Pedro Álvares Cabral chegou ao litoral do nordeste brasileiro. De acordo com as últimas pesquisas históricas, Cabral estava a caminho das Índias e passou pela costa brasileira para fazer o reconhecimento e marcar presença no território que lhe cabia, de acordo com o Tratado de Tordesilhas.


Fonte:


http://www.suapesquisa.com/pesquisa/navegacoes_portuguesas.htm



O que é o bacalhau?



O bacalhau tem sua origem em um peixe nobre que vive nos mares limpos e frios do Atlântico Norte cuja carne, seca e salgada, é muito apreciada na culinária internacional, há centenas de anos. O peixe se transforma em bacalhau após passar por um processo de salga e cura, onde é retirada em média 50% da sua umidade. O nome científico do peixe é Gadus Morhua. Também é conhecido internacionalmente como Cod. Com o passar do tempo, outros peixes salgados e secos também passaram a ser comercializados como o Saithe, o Ling, o Zarbo e, mais recentemente, o Cod Gadus Macrocephalus.





O bacalhau é pescado no Atlântico Norte e processado em indústrias de vários países. Os maiores produtores são: Noruega, Islândia, Portugal, Espanha, Itália, França e Canadá. O maior exportador de bacalhau para o Brasil é a Noruega.


Bacalhau para os povos de língua portuguesa; Stockfish para os anglo-saxônicos; Torsk para os dinamarqueses; Baccalà para os italianos; Bacalao para os espanhóis; Morue, Cabillaud para os franceses; Codfish para os ingleses. (O nome bacalhau, de acordo com o Dicionário Universal da Língua Portuguesa, tem origem no latim baccalaureu. )


O bacalhau foi uma revolução na alimentação, porque na época os alimentos estragavam pela precária conservação e tinham sua comercialização limitada (a geladeira surgiu no século XX). O método de salgar e secar o alimento, além de garantir a sua perfeita conservação mantinha todos os nutrientes e apurava o paladar. A carne do bacalhau ainda facilitava a sua conservação salgada e seca, devido ao baixíssimo teor de gordura e à alta concentração de proteínas.


Os portugueses descobriram o bacalhau no século XV, na época das grandes navegações. Precisavam de produtos que não fossem perecíveis, que suportassem as longas viagens, que levavam às vezes mais de 3 meses de travessia pelo Atlântico. Foram os portugueses os primeiros a ir pescar o bacalhau na Terra Nova (Canadá), que foi descoberta em 1497. Os portugueses se tornaram os maiores consumidores de bacalhau do mundo, chamado por eles carinhosamente de "fiel amigo".


Durante muitos anos o bacalhau foi um alimento barato, sempre presente nas mesas das camadas populares. Era comum nas casas brasileiras o bacalhau servido às sextas-feiras, dias santos e festas familiares. Após a 2ª Guerra Mundial, com a escassez de alimentos em toda a Europa, o preço do bacalhau aumentou, restringindo o consumo popular. Ao longo dos anos foi mudando o perfil do consumidor do bacalhau, e o consumo popular do peixe se concentrou, principalmente, nas principais festas cristãs: a Páscoa e o Natal.







Fonte:


http://www.bacalhau.com.br/homepage.html




CHARQUE, CARNE DE SOL, CARNE SECA


No país, carnes salgadas típicas podem ser resumidas em carne-de-sol, charque e seus sucedâneos. A carne-de-sol é um produto tradicionalmente consumido pela população nordestina, sendo considerado um alimento de grande teor calórico-protéico (Nóbrega e Schneider, 1983).
Recentemente, um novo produto salgado surgiu no mercado consumidor. É o jerked beef, cujo processamento se assemelha ao do charque, porém adicionado de nitrito e sempre comercializado embalado a vácuo, e por essa razão ambos serão coletivamente denominados charques, representando um consumo aproximado de 2,0 / 2,5Kg "per capita" (Shimokomaki et al., 1987). Tradicionalmente, têm-se utilizado carnes da parte dianteira e ponta-de-agulha do animal para processamento dos charques enquanto que, via de regra, peças de traseiro são empregadas na confecção da carne-de-sol.


Carne Seca, Carne de Sol e Charque. Qual a Diferença?


A diferença reside basicamente na técnica de preparo. Todas são feitas com carne bovina, sendo que a carne de sol, depois de cortada, é ligeiramente salgada e deixada em locais cobertos e bem ventilados. Como exige um clima muito seco, o preparo da carne de sol só é possível nas regiões semi-áridas do Nordeste. A secagem é rápida, formando uma espécie de casca protetora que conserva a parte de dentro da carne úmida e macia. Dos três tipos de carne desidratada, é a que cozinha com maior rapidez. Já a carne seca, também conhecida como carne-de-vento, carne-do-sertão, carne-do-Ceará, carne-do-Sul, ou jabá (do tupi yaba ou jabau, que significa fugir, esconder-se), é esfregada com mais sal e empilhada em lugares secos. As "mantas" de carne são constantemente mudadas de posição, para facilitar a evaporação. Em seguida elas são estendidas em varais, ao sol, até completar a desidratação. O charque, típico da região Sul do Brasil (o nome vem do dialeto quíchua xarqui, língua dos índios que habitavam a região dos Andes), é preparado de modo similar ao da carne seca. O diferencial está na maior quantidade de sal e de exposição ao sol ao qual o charque é submetido, o que lhe garante uma maior durabilidade. Tanto o charque quanto a carne-de-sol são produtos típicos nacionais preparados com carne bovina submetida a dois processos: salga e secagem. O alimento passa a ter maior durabilidade sem a necessidade de refrigeração, diferentemente da carne fresca que deve ser refrigerada ou congelada até o preparo para consumo. Para se fabricar a carne-de-sol, submete-se a carne bovina a um leve processo de desidratação e salga, obtendo-se um produto com características muito semelhantes à carne fresca que dura até 72-96 horas em temperatura ambiente. Apesar do nome 'carne-de-sol', ela é raramente exposta ao sol no processo de desidratação; do contrário ela é deixada em locais cobertos e bem ventilados, permitindo uma secagem gradual e controlada. Portanto o antigo nome 'carne-de-vento' expressaria melhor o processo pelo qual a carne-de-sol é preparada. O charque tem processo de secagem e salga mais intensos, aumentando seu tempo de prateleira para até 3 ou 4 meses em temperatura ambiente e acentuando sabor e odor característicos. O charque é geralmente preparado de cortes da ponta de agulha, e em menor proporção do dianteiro bovino. O charque e a carne-seca são amplamente consumidos no Brasil e têm nomes diferentes conforme a região. Alguns dos nomes são: CHARQUE: carne-seca, carne-do-sertão, xergão, chalona, xarqui, jabá ou paçoca. CARNE-DE-SOL: carne-de-sertão, carne serenada, carne-de-viagem, carne-mole, carne-do-vento, cacina ou carne acacinado.

O charque tem um papel muito importante na história e economia brasileiras, viabilizando a expansão da criação de gado e a fixação de habitantes em zonas rurais. Não é difícil imaginar que há até algumas décadas atrás não havia eletricidade em grande parte do país, particularmente nas zonas rurais, tornando o charque uma deliciosa opção de preservação de carne para quem não dispunha de geladeira. Além do que as famosas 'charqueadas' do sul do Brasil no século 18 trouxeram desenvolvimento e riqueza para a região sul do estado do Rio Grande do Sul. Hoje o charque ainda é bastante consumido, por ser uma carne muito saborosa e com excelentes aplicações culinárias. O charque permanece uma ótima opção para os consumidores que vivem em locais de difícil acesso ou com condições de transporte e refrigeração mais precárias, além de ser um bom produto de exportação para o Brasil. O processo de salga e secagem ao sol é utilizado para preservar carnes desde o início da civilização. Há indícios de que essa técnica de conservação tenha surgido no antigo Egito, entre 4.000 e 5.000 anos atrás, quando começavam a ser desenvolvidos o transporte sobre rodas, as primeiras cidades e um escrita primitiva. Na América do Sul, antes da chegada dos espanhóis, os incas, nos altiplanos andinos a mais de 4.000 metros de altitude, elaboravam um produto dessecado com carne de lhamas cortada em tiras, denominado charque. É provável que a técnica dos incas tenha chegado às regiões Nordeste e Sul do Brasil por duas rotas distintas a partir de Cuzco: ao longo do rio Amazonas e pela cordilheira dos Andes. Mas foi no século 18 que a produção de charque destinado a alimentar os escravos concentrados em torno da cultura da cana-de-açúcar, no litoral, e da mineração, no interior do país, deslanchou _primeiro, no Rio Grande do Sul e, depois, no Ceará. O charque, vulgarmente conhecido como carne-seca, sempre presente na culinária popular, em pratos tão apreciados como a feijoada e o arroz-de-carreteiro, vem conquistando ultimamente as cozinhas dos melhores restaurantes do país.


FONTE:


Por Licínia de Campos - Integrante do Comitê Técnico do Serviço de Informação da Carne

http://www.sic.org.br/charque.asp


Médico Veterinário Pedro Eduardo de Felício - Professor-associado da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Membro do Comitê Técnico do SIC – Serviço de Informação da Carne - Artigo publicado na Revista ABCZ, ano 2, n.7 (mar./abr.), p.98, 2002.


http://www.sic.org.br/PDF/charque.pdf




MÚSICAS:







Pindorama - (Terra à vista!) Palavra Cantada





Pindorama, Pindorama
É o Brasil antes de Cabral
Pindorama, Pindorama
É tão longe de Portugal
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu
Fica além, muito além
Dos domínios de Dom Manuel

Vera Cruz, Vera Cruz
Quem achou foi Portugal
Vera Cruz, Vera Cruz
Atrás do Monte Pascoal
Bem ali Cabral viu
Dia 22 de abril
Não só viu, descobriu
Toda a terra do Brasil

Pindorama, Pindorama
Mas os índios já estavam aqui
Pindorama, Pindorama
Já falavam tupi-tupi
Só depois, vêm vocês
Que falavam tupi-português
Só depois com vocês
Nossa vida mudou de uma vez

Pero Vaz, Pero Vaz
Disse em uma carta ao rei
Que num altar, sob a cruz
Rezou missa o nosso frei
Mas depois seu Cabral
Foi saindo devagar
Do país tropical
Para as Índias encontrar

Para as índias, para as índias
Mas as índias já estavam aqui
Avisamos: "olha as índias!"
Mas Cabral não entende tupi
Se mudou para o mar
Ver as índias em outro lugar
Deu chabu, deu azar
Muitas naus não puderam voltar
Mas, enfim, desconfio
Não foi nada ocasional
Que Cabral, num desvio
Viu a terra e disse: "Uau!"
Não foi nau, foi navio
Foi um plano imperial
Pra aportar seu navio
Num país monumental

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, descobri
O Brasil tá inteirinho na voz
Quem quiser vai ouvir
Pindorama tá dentro de nós

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, vem ouvir
É um país muito sutil
Quem quiser descobrir
Só depois do ano 2000



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Fome Come- Palavra Cantada


gente eu tô ficando impaciente

a minha fome é persistente
come frio come quente
come o que vê pela frente
come a língua come o dente
qualquer coisa que alimente
a fome come simplesmete
come tudo no ambiente
tudo que seja atraente
é uma forma absorvente
come e nunca é suficiente
toda fome é tão carente
come o amor que a gente sente
a fome come eternamente
no passado e no presente
a fome é sempre descontente
 
Fome come fome come
Se vem de fora ela devora ela devora ela devora
(qualquer coisa que alimente)
se for cultura ela tritura ela tritura
se o que vem é uma cantiga ela mastiga ela mastiga
ela então nunca discute só deglute só deglute
e se for conversa mole se for mole ela engole
se faz falta no abdome fome come fome come
 
gente eu tô ficando impaciente
a fome sempre é descontente
toda fome é tão carente
qualquer coisa que alimente
come o amor que a gente sente come o amor que a gente sente


Comida - Titãs


Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...

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Sopa - Palavra Cantada


O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem espinafre?
Será que tem tomate?
Será que tem feijão?
Será que tem agrião?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem farinha?
Será que tem balinha!?
Será que tem macarrão?
Será que tem caminhão?!
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem rabanete?
Será que tem sorvete!?
Será que tem berinjela?
Será que tem panela!?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem mandioca?
Será que tem minhoca!?!
Será que tem jacaré!?!
Será que tem chulé!?!
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem alho-poró?
Será que tem sabão em pó?!
Será que tem repolho?
Será que tem piolho!?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem caqui?
Será que tem javali?!
Será que tem palmito?
Será que tem pirulito!?
É um, é dois, é três...

Volume 3 da Coleção Nossa TriboSaúde e Alimentação do Povo XavanteDahozé õ duré a` uwe` ubumro sazé

Este livro bilíngue português / xavante é resultado do Projeto Nutrição Infantil para o Povo Xavante, apoiado pela UNESCO /Criança Esperança. Ele foi distruibuído para a comunidade Xavante de Pimentel Barbosa. O trabalho é resultado de uma parceria de médicos, enfermeiros, nutricionistas, engenheiros agrônomos, videomakes e a comunidade da aldeia Wederã, com o objetivo de melhorar a saúde da população Xavante, principalmente entre crianças de 0 a 6 anos. O livro destaca os costumes alimentares tradicionais, contados pelos anciåos da aldeia e as principais doenças dessa faixa de idade e seus respectivos tratamentos.
Coordenação geral de Rosa Gauditano Textos da cartilha foram construídos a partir de entrevistas e de atividade de campo. Ilustrações são da Comunidade da Aldeia Xavante Wederã Tradução e revisão português/xavante foi realizada por Cipassé Xavante.
Realização Nossa Tribo e Associação Aliança dos Povos Roncador, com o apoio da Universidade Metodista de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, Projeto Xingu e Criança Esperança.
Comida e saúde
A IDÉIA O Projeto Nutrição Infantil para o Povo Xavante foi realizado durante 2005 e 2006 na aldeia Wederã, na Terra Indígena de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso. Ele surgiu inspirado nas idéias dos anciões xavantes Cidaneri, Wazaé e Maurício Urawe. O programa foi redimensionado e continou em 2007.
OS COSTUMES O projeto uniu a pesquisa, o atendimento e a educação em saúde. Combinou o levantamento de informações sobre a alimentação tradicional e práticas de saúde com o atendimento médico de todas as crianças com idades entre zero a seis anos. Houve oficinas culinárias com as mulheres para resgatar o preparo de comidas tradicionais e caminhadas para a coleta de frutos do cerrado. A comunidade e a equipe da Nossa Tribo reforçaram a variedade das roças e os quintais da aldeia.
AS MUDANÇAS A alimentação dos xavantes sofreu grandes alterações após o contato com os não-índios, ocorrido há 50 anos. Antes, havia o consumo regular de carne de caça, do milho e feijão xavantes e de frutas do cerrado. A mudança mais evidente foi a troca do milho e feijão xavantes, importantes fontes de proteínas e ferro, pelo arroz branco. Hoje o cereal, introduzido pelos não-indios, é o principal alimento do Povo Xavante. Uma das razões é a facilidade de plantio e colheita. Hoje é comum ver crianças e adultos comerem apenas arroz nas refeições. No dia a dia, a população xavante se alimenta cada vez mais de biscoitos, açúcar sal, refrigerantes, macarrão, farinhas refinadas e salgadinhos.
O IMPACTO A substituição dos alimentos tradicionais pela comida dos não-índios continua. O projeto mostrou o impacto dessa alimentação na saúde. Algumas conseqüências são vistas no crescimento das crianças, por causa da falta de nutrientes, e o aumento de casos de obesidade, de pressão alta e diabete.
OS AVANÇOS Para fortalecer sua alimentação, a comunidade decidiu fazer uma agrofloresta. Os índios escolheram e plantaram onze espécies tradicionais do cerrado: caju, jatobá, pequi, baru, mangaba, abóbora, algodão, cará, amendoim, o feijão e o milho xavantes. As ações de educação em saúde mostraram como prevenir, reconhecer os sintomas e tratar as doenças que vieram após o contato com os não-índios, como diarréia, gripe e pneumonia, que não são curados com remédios tradicionais. No final do trabalho, melhorou a saúde da comunidade. Uma das conquistas foi o aprendizado das mães no combate ao bicho do pé, problema que infestava crianças de zero a seis anos e que foi vencido. Recentemente, as mães repetiram o tratamento dado aos bebês em crianças de cinco a doze anos. Foi realizado pela equipe e pela comunidade, uma cartilha e um vídeo bilíngue xavante/portugues com o resultado do projeto. Estes produtos estão sendo repassados para as outras cinco aldeias da Reserva Xavante de Pimentel Barbosa,MT.
O FUTURO Os xavante da aldeia Wederã sabem que ter saúde não é só ter remédio e médico. É também ter água boa para beber, território preservado para plantar, colher e caçar e ter festas para alegrar. A comunidade da aldeia Wederã saiu fortalecida desta ação. Quer saber mais sobre a política nacional de saúde, participar do planejamento e fazer o controle social dos investimentos no atendimento à saúde indígena. Querem uma política que vá além do atendimento imprescindível às enfermidades, o que ainda precisa de muito investimento e ajustes. Querem uma política que promova a saúde e o bem-estar.
PRÊMIO O vídeo "Nutrição Infantil para o Povo Xavante" foi selecionado para o 8º Festival de Cinema e Vídeo de Gramado 2007, concorrendo na categoria Vídeos Sociais.
Fonte:

<http://www.nossatribo.org.br/index_2.asp?opc=nutricao_infantil_xavante# >

Acesso em 22/05/2009.